O dormir a noite foi um caos para "Ágape". Esta houvera estudado apenas uma hora na parte da manhã e sua mãe estava a todo o momento lhe cobrando como se houvesse da parte de "Ágape" algum mínimo interesse em passar no tal concurso público. "Ágape" se sentia fazendo um favor de estudar um tanto qualquer, o qual não deixava lhe ser imposto e, conseqüentemente, o qual limitava pela sua paciência. Como "Ágape" podia fazer a vontade de sua mãe e irmã estudando o dia todo se ela mesma nem tinha vontade de passar no concurso? Ela até estava estudando, mas o fazia apenas em consideração aos esforços familiares, os quais às vezes mais a estorvava do que ajudava. Numa profunda irritação, depois de mais uma discussão com sua mãe, "Ágape" fechou-se no quarto para chorar as amarguras de seu coração enquanto sua mente repetia a mesma sentença: “por que Deus me criou?” Desde que “Soberana” inscrevera-a no concurso que as brigas em casa não estavam lhe dando mais um minuto de paz. Em seu choro "Ágape" não sentia tristeza, mas muita raiva da vida, raiva de ter a obrigação de existir, de saber que independente do quando chorasse nenhuma lágrima sanaria suas dificuldades perante a vida. Que ódio tremendo ela sentiu naquele instante por ser humana e não uma árvore, a qual com certeza teria mais utilidade e proveito ao mundo. Ela sentia repugno e imenso cansaço do mundo, da vida, das pessoas, de tudo. Sua vontade não era morrer, mas deixar de existir, pois ela sabia que a morte era apenas uma passagem para uma dimensão desconhecida e nada mais fácil. Mas o que fazer se deixar de existir era simplesmente impossível? O que fazer se desistir da vida era o pior a ser feito? Não teve jeito de encontrar uma solução. Entre soluços e balbucio de uma prece sofrida, "Ágape" adormeceu desconsolada. No fundo de seu ser ela sabia que, mais do que deixar de existir, ela queria poder adentrar para o mundo encantado de sua mente, o paraíso totalmente distinto e distante da realidade vivida. Ela queria o mundo perdido do “Jardim do Éden” para trabalhar com amor e liberdade sem as dúvidas e dificuldades terrenas colhidas pela competitividade e arrogância humana. Mas isso ela ainda não podia, pois não passava de uma simples criatura humana no mundo dos humanos. Assim ser era necessário como um degrau da evolução, mas infernal como as dores malignas dos rangeres de dentes. De tal modo a vida ia adiante na tentativa total de harmonia e força espiritual. "Ágape" não queria se deixar levar pela raiva e tristeza de alguns momentos, mas também sentia a dificuldade de lutar contra seus maus sentimentos. Só Deus podia dar jeito em tudo e "Ágape" sabia que podia confiar no Pai. Aí repousava, apesar de tudo, sua tranqüilidade e energia de viver.
Atualização
Há 4 anos
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