Respondi-lhe com as seguintes palavras: um acontecimento que ronda a fantasia de muita gente é morrer e ser enterrado vivo. Não digo tanto no sentido literal, mas sim de morrer para os outros, de ter a consciência de estar vivo, mas ao mesmo tempo viver tão apagado e inerte a ponto de ser considerado como morto. No caso de ser enterrado o desespero aumenta, pois este define a impossibilidade de escape da situação, o que implicará em ter que morrer novamente, o que pode significar uma espécie de punição. É o contexto do sonho de "Alra", o que a remete a morte em vida. Esse o grande risco que ela teme correr: estar viva, mas simbolicamente não representar mais do que uma lembrança para os outros, e principalmente, independente do outro, viver sabendo que na vida está morta, que a sua dinâmica está paralisada, que pouco representa, realiza ou até que nada é.
Disse-lhe para observar algo interessante: Após o “Grande Desastre” nas imagens iniciais do sonho, ocorre uma pausa e a mensagem parece clara: “Fiquei observando para meus pés que estavam calçados com algo improvisado...”. Aqui cabem duas possibilidades: 1. Insatisfação pessoal. Ela gostaria de estar calçada (diante da realidade) com outro calçado. Sua realidade é precária de algo ou algum sentido e a deixa insatisfeita. Seu foco é estético e não é funcional, faltando pragmatismo, objetividade, ou mais claramente dizendo, faltando ter os pés na realidade; 2. Há ocorrência de inadequação entre suas atitudes e os instrumentos que utiliza para se apresentar dentro do que lhe exige a realidade. Ela observa para sua realidade, “seus pés”, e se percebe usando instrumental improvisado. Disse-lhe que pressentia mudanças de auto-estima frente ao confronto da necessidade de festas como demanda para aliviar seu elevado nível de tensão (ocorrências em sonhos anteriores). O convite em si deixa de ser o foco, mesmo que exista interiormente vontade para o mesmo, mas "Alra" independente dos fatos, consegue manter-se diferenciada continuando o diálogo amigavelmente.
Na seqüência "Alra" volta ao estado de confusão: “...eu estava andando pela rua normalmente quando começou a acontecer um verdadeiro caos. Explosões, tiros, um enorme avião que foi decolar e caiu...” A questão é que "Alra" apresenta postura, prontidão, iniciativa, se mobiliza para a sua proteção, corre, se esconde, se protege. Mas... Sonhos são assim... Enquanto não nos diferenciamos em consciência na vida real, a profusão dos acontecimentos oníricos nos envolve de forma tão avassaladora que passamos para um estágio em que não sabemos o que fazemos, nem qual o motivo das nossas atitudes. Perdemos o fio da meada. Isso mantém relação com a realidade, pois na vida, no dia a dia, é assim, se não nos diferenciamos e se não mantemos nossas referências, os acontecimentos podem ser tão avassaladores que esquecemos a razão de nossas respostas, perdemos o fio da meada, a compreensão para o sentido de nossas reações diante da vida. Passamos a agir e a reagir sem saber por que assim fazemos e sem termos a conexão com o fato determinante. Nós perdemos na profusão dos acontecimentos, passamos a ser apenas a reatividade, ou seja, a resposta sem conexão com o evento desencadeador.
"Alra" foge. Aconselhei-a a buscar na vida real os motivos de sua fuga. De que foge? Porque foge? No sonho ela apenas foge para se proteger de uma ameaça abstrata, de uma realidade desfavorável. Foge para não se mostrar, não encarar o que realmente é. Diante da ultima frase sua resposta veio rápida: “Sinto que sempre fugi para me esconder na idealização do que queria parecer, mas atualmente tenho me esforçado para mudar isso”. A parte mais esclarecedora do sonho está no fato de "Alra" se esconder embaixo do banco da jovem com saia rodada. Esse é o simbolismo de que "Alra" se esconde por debaixo na barra da saia de sua própria parte de mulher jovem, frágil e ameaçada. Isso não serve de proteção. De que adianta fugir e se esconder nas próprias fragilidades abstratas, imaginárias, não confrontadas com a realidade? Tanto não adianta que "Alra" é confronta até o seu limite de angústia e descoberta, sendo então desmascarada. O sonho é uma parábola perfeita a mostrar-lhe que a vida nos força sempre, cedo ou tarde, a sermos fortes usando nossa parte de pessoa madura, integra, plena e capaz de crescer, vencer, superar limitações, se defender impondo respeito e autonomia moral.
A frase adiante confirma ainda mais a significação: “...Achei que eu fosse ser levada presa ou até que fossem me matar, mas unicamente avisaram que eu ia ser deportada...” Esse o seu medo: Se mostrar e ser marginalizada, ser excluída do meio, condenada, deportada para o desterro, lugar ermo e solitário donde terá que se contentar com a solidão. Condenada sem crime, culpada, submissa e fugitiva por medo de sofrer o degredo. O aprisionamento em seguida dá mostra de que nem aprisionada "Alra" se livra do confronto e da ameaça, ou seja, a fuga apenas adia o encontro inevitável com o destino. O conflito seguinte realmente é excepcional e absolutamente sutil: Nos sonhos o aumento da consciência da realidade favorece o aumento da consciência onírica e o poder de resposta a desafios vividos nos sonhos. Isso quer dizer que ganhamos em controle, disciplina, observação e resposta. Deixamos de ser apenas reativos para sermos também agentes. Quando o inconsciente mobiliza uma energia para nos confrontar, aciona um fluxo de força (um Quantum ou Quanta) para determinar uma construção de realidade onírica (imagens sucessivas dentro do roteiro dos sonhos, às vezes completados com mobilização da memória dos sons). Essa mobilização permanece dentro de um ciclo intermitente de repetição (como um redemoinho) e somente é desmobilizado quando uma tensão igual, contrária ou superior consegue dissolver essa mobilização.
Neste sonho, os desastres iniciais são fluxos constantes e poderosos de energia que mobilizados no inconsciente afluem aos sonhos e mostram a desorganização e a necessidade de serem ordenados para que deixem de interferir na condução da psique de "Alra" enquanto conteúdos autônomos. Na seqüência eles pausam, como que favorecendo um refresco para a consciência pessoal (inserida no sonho), aliviam a tensão para não devastar essa consciência, e retornam no ciclo de repetição do fluxo. Quando "Alra" encara e assume o confronto, ela supera o desafio a que foi convocada e aí a tensão se desfaz. Neste momento uma parte dessa energia, ou toda ela, é incorporada pela consciência. Se toda essa energia for incorporada o individuo se prepara para novos desafios, já que ficará blindado e fortalecido em sua estrutura. Se só uma parte dessa energia for incorporada, a pessoa se livra temporariamente do confronto, já que parte da desordem permanece autônoma afluindo à consciência. E se o confronto não se realiza pela fuga empreendida pelo individuo, ele será permanentemente atormentado e solicitado a agir, se posicionar, não se esconder na omissão para que a re-configuração psíquica possa ser realizada. Vale lembrar que essa permanência de tormento existe além dos sonhos, pois se estende na realidade da vida. Ninguém cresce se não enfrentar os próprios tormentos a que tem medo.
Nesse sonho, quando "Alra" é desmascarada em seu esconderijo e enfrenta a ameaça, ela supera a angústia, desmobiliza o nível elevado da tensão dos opostos, transforma e metamorfoseia a realidade psíquica. O fluxo é desmobilizado e reaparecem os sinais de reencontro com o eixo do mundo ao caminhar com uma suposta mãe por um esconderijo de plantas que, no final, tinha jeito de casa, inclusive com cômodos desconhecidos. Já fora da tensão dos opostos, do fluxo e da dinâmica caótica, ela caminha com a “Mãe” por um corredor (passagem, transição) ornado com a força vital da natureza (plantas) e de origem variada (riqueza). Ela passa pelo túnel estilo gruta (gênese e moradia ancestral), encontra dois homens (energia Yang transmutada) e segue para o laboratório de plantas, lugar de análise, origens, conhecimento, estudo e sementes (poder germinador, nascimento, renascimento, transformação e vida). E "Alra" navega pelos ambientes, descobrindo novos lugares, novos espaços, se permitindo experimentar o agradável e o confortável sem ameaças, vivendo de modo onírico o belo e o desconhecido mistério da vida. Na minha opinião, em conclusão, disse-lhe que esta era uma das melhores análises oníricas que lhe fizera até então. Seus sonhos simbolizavam seu próprio crescimento perante a vida real.
Já ia me esquecendo das questões quando "Alra" as refez. Disse-lhe que a mistura de pessoas tão amigas e outras tão ameaçadoras são simbologia de conteúdos opostos. Amigos geralmente não representam ameaças e desconhecidos sim. Definitivamente o mundo é mais desconhecido do que amigo, é mais ameaça do que proteção. Entretanto, nosso pequeno mundo rodeado de conhecidos é uma ínfima representação da realidade desconhecida que nos envolve. A diferença de ambientes torturantes e outros agradáveis se dá porque os agradáveis, associados aos torturantes, protegem a psique da desestruturação ou da avassaladora conseqüência de suas ameaças. Mas se os agradáveis são amortecedores naturais dos impactos que sofremos de estímulos ou realidades desfavoráveis, os torturantes evidenciam ameaças internas que exigem de nós mudanças na forma de interagir com o mundo, nas atitudes ou mudanças de personalidades e de comportamento que se mostram e se fazem necessárias. Nossa natureza é dupla: Luz e sombras. Precisamos iluminar as sombras que nos assombram.
O que faz um sonho ter características contrastantes está na tensão dos opostos. Nossa natureza, assim como o universo, oscila entre polaridades opostas. Nisso reside à força do mundo que mobiliza as dinâmicas de mudanças. Quando procuramos estados confortáveis que desconsideram a força bruta e selvagem que mora em nós, e que anseiam por transformação, nós acumulamos essa energia animalesca até que ela se rompa de forma desordenada a frágil blindagem que construímos. O inconsciente anseia por libertação, transformação e metamorfose, para que possa realizar o seu “sentido” de vida. Sonhar com tantas pessoas que só se conhece dentro do sonho se dá pelo fato de nossa memória incluir a nossa ancestralidade e a memória do mundo em si. É neste vasto universo que nossa memória inconsciente se espelha, já que anseia não perder a referência do eixo do mundo (morte em vida). O intento original de cada ser é “se realizar” até o último suspiro e isso só é possível estando no eixo do equilíbrio da vida. Quando se perde o eixo, o fracasso é completo. O homem avançou de forma excepcional no conhecimento do universo e de si mesmo, o que não o afastou das armadilhas de se perder no oceano da ignorância. O mundo dos homens é apenas espectro de nossas ilusões.
Disse-lhe para observar algo interessante: Após o “Grande Desastre” nas imagens iniciais do sonho, ocorre uma pausa e a mensagem parece clara: “Fiquei observando para meus pés que estavam calçados com algo improvisado...”. Aqui cabem duas possibilidades: 1. Insatisfação pessoal. Ela gostaria de estar calçada (diante da realidade) com outro calçado. Sua realidade é precária de algo ou algum sentido e a deixa insatisfeita. Seu foco é estético e não é funcional, faltando pragmatismo, objetividade, ou mais claramente dizendo, faltando ter os pés na realidade; 2. Há ocorrência de inadequação entre suas atitudes e os instrumentos que utiliza para se apresentar dentro do que lhe exige a realidade. Ela observa para sua realidade, “seus pés”, e se percebe usando instrumental improvisado. Disse-lhe que pressentia mudanças de auto-estima frente ao confronto da necessidade de festas como demanda para aliviar seu elevado nível de tensão (ocorrências em sonhos anteriores). O convite em si deixa de ser o foco, mesmo que exista interiormente vontade para o mesmo, mas "Alra" independente dos fatos, consegue manter-se diferenciada continuando o diálogo amigavelmente.
Na seqüência "Alra" volta ao estado de confusão: “...eu estava andando pela rua normalmente quando começou a acontecer um verdadeiro caos. Explosões, tiros, um enorme avião que foi decolar e caiu...” A questão é que "Alra" apresenta postura, prontidão, iniciativa, se mobiliza para a sua proteção, corre, se esconde, se protege. Mas... Sonhos são assim... Enquanto não nos diferenciamos em consciência na vida real, a profusão dos acontecimentos oníricos nos envolve de forma tão avassaladora que passamos para um estágio em que não sabemos o que fazemos, nem qual o motivo das nossas atitudes. Perdemos o fio da meada. Isso mantém relação com a realidade, pois na vida, no dia a dia, é assim, se não nos diferenciamos e se não mantemos nossas referências, os acontecimentos podem ser tão avassaladores que esquecemos a razão de nossas respostas, perdemos o fio da meada, a compreensão para o sentido de nossas reações diante da vida. Passamos a agir e a reagir sem saber por que assim fazemos e sem termos a conexão com o fato determinante. Nós perdemos na profusão dos acontecimentos, passamos a ser apenas a reatividade, ou seja, a resposta sem conexão com o evento desencadeador.
"Alra" foge. Aconselhei-a a buscar na vida real os motivos de sua fuga. De que foge? Porque foge? No sonho ela apenas foge para se proteger de uma ameaça abstrata, de uma realidade desfavorável. Foge para não se mostrar, não encarar o que realmente é. Diante da ultima frase sua resposta veio rápida: “Sinto que sempre fugi para me esconder na idealização do que queria parecer, mas atualmente tenho me esforçado para mudar isso”. A parte mais esclarecedora do sonho está no fato de "Alra" se esconder embaixo do banco da jovem com saia rodada. Esse é o simbolismo de que "Alra" se esconde por debaixo na barra da saia de sua própria parte de mulher jovem, frágil e ameaçada. Isso não serve de proteção. De que adianta fugir e se esconder nas próprias fragilidades abstratas, imaginárias, não confrontadas com a realidade? Tanto não adianta que "Alra" é confronta até o seu limite de angústia e descoberta, sendo então desmascarada. O sonho é uma parábola perfeita a mostrar-lhe que a vida nos força sempre, cedo ou tarde, a sermos fortes usando nossa parte de pessoa madura, integra, plena e capaz de crescer, vencer, superar limitações, se defender impondo respeito e autonomia moral.
A frase adiante confirma ainda mais a significação: “...Achei que eu fosse ser levada presa ou até que fossem me matar, mas unicamente avisaram que eu ia ser deportada...” Esse o seu medo: Se mostrar e ser marginalizada, ser excluída do meio, condenada, deportada para o desterro, lugar ermo e solitário donde terá que se contentar com a solidão. Condenada sem crime, culpada, submissa e fugitiva por medo de sofrer o degredo. O aprisionamento em seguida dá mostra de que nem aprisionada "Alra" se livra do confronto e da ameaça, ou seja, a fuga apenas adia o encontro inevitável com o destino. O conflito seguinte realmente é excepcional e absolutamente sutil: Nos sonhos o aumento da consciência da realidade favorece o aumento da consciência onírica e o poder de resposta a desafios vividos nos sonhos. Isso quer dizer que ganhamos em controle, disciplina, observação e resposta. Deixamos de ser apenas reativos para sermos também agentes. Quando o inconsciente mobiliza uma energia para nos confrontar, aciona um fluxo de força (um Quantum ou Quanta) para determinar uma construção de realidade onírica (imagens sucessivas dentro do roteiro dos sonhos, às vezes completados com mobilização da memória dos sons). Essa mobilização permanece dentro de um ciclo intermitente de repetição (como um redemoinho) e somente é desmobilizado quando uma tensão igual, contrária ou superior consegue dissolver essa mobilização.
Neste sonho, os desastres iniciais são fluxos constantes e poderosos de energia que mobilizados no inconsciente afluem aos sonhos e mostram a desorganização e a necessidade de serem ordenados para que deixem de interferir na condução da psique de "Alra" enquanto conteúdos autônomos. Na seqüência eles pausam, como que favorecendo um refresco para a consciência pessoal (inserida no sonho), aliviam a tensão para não devastar essa consciência, e retornam no ciclo de repetição do fluxo. Quando "Alra" encara e assume o confronto, ela supera o desafio a que foi convocada e aí a tensão se desfaz. Neste momento uma parte dessa energia, ou toda ela, é incorporada pela consciência. Se toda essa energia for incorporada o individuo se prepara para novos desafios, já que ficará blindado e fortalecido em sua estrutura. Se só uma parte dessa energia for incorporada, a pessoa se livra temporariamente do confronto, já que parte da desordem permanece autônoma afluindo à consciência. E se o confronto não se realiza pela fuga empreendida pelo individuo, ele será permanentemente atormentado e solicitado a agir, se posicionar, não se esconder na omissão para que a re-configuração psíquica possa ser realizada. Vale lembrar que essa permanência de tormento existe além dos sonhos, pois se estende na realidade da vida. Ninguém cresce se não enfrentar os próprios tormentos a que tem medo.
Nesse sonho, quando "Alra" é desmascarada em seu esconderijo e enfrenta a ameaça, ela supera a angústia, desmobiliza o nível elevado da tensão dos opostos, transforma e metamorfoseia a realidade psíquica. O fluxo é desmobilizado e reaparecem os sinais de reencontro com o eixo do mundo ao caminhar com uma suposta mãe por um esconderijo de plantas que, no final, tinha jeito de casa, inclusive com cômodos desconhecidos. Já fora da tensão dos opostos, do fluxo e da dinâmica caótica, ela caminha com a “Mãe” por um corredor (passagem, transição) ornado com a força vital da natureza (plantas) e de origem variada (riqueza). Ela passa pelo túnel estilo gruta (gênese e moradia ancestral), encontra dois homens (energia Yang transmutada) e segue para o laboratório de plantas, lugar de análise, origens, conhecimento, estudo e sementes (poder germinador, nascimento, renascimento, transformação e vida). E "Alra" navega pelos ambientes, descobrindo novos lugares, novos espaços, se permitindo experimentar o agradável e o confortável sem ameaças, vivendo de modo onírico o belo e o desconhecido mistério da vida. Na minha opinião, em conclusão, disse-lhe que esta era uma das melhores análises oníricas que lhe fizera até então. Seus sonhos simbolizavam seu próprio crescimento perante a vida real.
Já ia me esquecendo das questões quando "Alra" as refez. Disse-lhe que a mistura de pessoas tão amigas e outras tão ameaçadoras são simbologia de conteúdos opostos. Amigos geralmente não representam ameaças e desconhecidos sim. Definitivamente o mundo é mais desconhecido do que amigo, é mais ameaça do que proteção. Entretanto, nosso pequeno mundo rodeado de conhecidos é uma ínfima representação da realidade desconhecida que nos envolve. A diferença de ambientes torturantes e outros agradáveis se dá porque os agradáveis, associados aos torturantes, protegem a psique da desestruturação ou da avassaladora conseqüência de suas ameaças. Mas se os agradáveis são amortecedores naturais dos impactos que sofremos de estímulos ou realidades desfavoráveis, os torturantes evidenciam ameaças internas que exigem de nós mudanças na forma de interagir com o mundo, nas atitudes ou mudanças de personalidades e de comportamento que se mostram e se fazem necessárias. Nossa natureza é dupla: Luz e sombras. Precisamos iluminar as sombras que nos assombram.
O que faz um sonho ter características contrastantes está na tensão dos opostos. Nossa natureza, assim como o universo, oscila entre polaridades opostas. Nisso reside à força do mundo que mobiliza as dinâmicas de mudanças. Quando procuramos estados confortáveis que desconsideram a força bruta e selvagem que mora em nós, e que anseiam por transformação, nós acumulamos essa energia animalesca até que ela se rompa de forma desordenada a frágil blindagem que construímos. O inconsciente anseia por libertação, transformação e metamorfose, para que possa realizar o seu “sentido” de vida. Sonhar com tantas pessoas que só se conhece dentro do sonho se dá pelo fato de nossa memória incluir a nossa ancestralidade e a memória do mundo em si. É neste vasto universo que nossa memória inconsciente se espelha, já que anseia não perder a referência do eixo do mundo (morte em vida). O intento original de cada ser é “se realizar” até o último suspiro e isso só é possível estando no eixo do equilíbrio da vida. Quando se perde o eixo, o fracasso é completo. O homem avançou de forma excepcional no conhecimento do universo e de si mesmo, o que não o afastou das armadilhas de se perder no oceano da ignorância. O mundo dos homens é apenas espectro de nossas ilusões.
COLABORAÇÃO ESPECIAL: M. EDUARDO
APOIO: A_LINGUAGEM_DOS_SONHOS
APOIO: A_LINGUAGEM_DOS_SONHOS
Nenhum comentário:
Postar um comentário