Obrigada pela visita!

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domingo, 10 de maio de 2009

Dormindo na vovó... mas com a cabeça nos tramites religiosos.

Olá ‘Pessoal do mundo todo’! Hoje posso dizer que falei firme junto do meu altar e a vela de sete dias que coloquei para queimar a três dias atrás. Imaginem a minha situação: desde ontem que estou atordoada, pois o jogo de búzios me fez sentir o chão tremer abaixo de meus pés entre sensações de alegria, esperança e medo. Estou até me sentindo fora de órbita pelas possibilidades que podem surgir com os últimos acontecimentos e as responsabilidades que podem desencadear com a conseqüência dos mesmos. Nesse meio intervalo de tempo, minha irmã comunicou com mamãe sobre dois concursos e quando cheguei da minha corrida do parque, eis que topo minha mãe na frente do computador planejado minhas futuras viagens para fazer novas provas de concurso público. Quase tive um surto e embora tenha esbravejado, pois não consegui segurar o nervosismo, me senti muito mal emocionalmente, tanto que todas as minhas energias se canalizaram para não debulhar-me numa crise de choro. Acho horrível quando as pessoas querem me ajudar sem saber o quanto estão me atrapalhando, fico tão irritada e ao mesmo tempo tão desconcertada! Minhas tias, tanto ‘Pituca’quanto ‘Florymel’, deram para me aconselhar a comprar terreno em Caldas Novas, uma vez que minha mãe, o alvo principal, não está interessada nisso e até desistiu de construir no meu terreno – Graças a Papai do Céu! Uma casa naquelas distancias só me representaria um problema igual ou maior ao que já vivo com a chácara no Douradinho. Daí minhas tias palpitam dizendo que é só alugar a casa quando desinteressarmos de ir para Caldas. Eu já sou completamente desinteressada, porque cansei de viajar para lá tendo dentro de mim vontade de conhecer inúmeros outros locais que só cabem aos orçamentos oníricos. Lá não tem nada além dos clubes com água quente e sinceramente, acho enjoativo e desvantajoso ficar de ‘molho’ por muito tempo, até porque minha pressão arterial costuma cair. Eu não quero saber de renda de aluguel como incute minhas tias em suas ambições intermináveis querendo sempre mais um terreno, um carro ou uma casa de aluguel. Aliás, o que eu quero fica difícil para qualquer pessoa de interesses materiais poder compreender: eu só quero paz e direcionamento espiritual. Eu só quero fazer a caridade e ter meios de sobreviver exatamente para isso. E se engana quem pensa que esse ‘só’ significa pouca coisa, pois para mim é muitíssimo mais difícil de obter do que qualquer bem material, algo que até já tenho sem dar o devido valor.
Por fim acabei tomando um banho de descarrego com água de mina e sal grosso para aliviar as tensões internas e livrar-me do resto externo. Mas eu precisava de mais, tinha urgente necessidade de desabafar. Deixei mamãe ir à vovó antes de mim e fiquei em casa penteando os cabelos embaraçados enquanto aproveitava o mesmo tempo para dizer tudo o que estava engasgado em minha garganta. Acho que dei uma bronca em Papai do Céu e demais companheiros espirituais. A questão que deixo bem clara é a seguinte: não reclamo de Deus deixar-nos dando cabeçadas daqui e dali a procura do certo ou do melhor para nós mesmos perante nossa verdade interior, ou seja, perante o que acreditamos. Não recrimino Deus por ter que cair e machucar para em seguida levantar e começar a andar outra vez. Não me revolto contra Deus por sentir que estou sempre voltando à estaca zero e que o caminho trilhado foi apenas para aprender um monte de coisas incertas e não tão importantes como julguei serem. Não vou desistir por ser testada e ficar me sentindo totalmente perdida e desprotegida no meio de um fogo cruzado (se não me falha os pressentimentos, sou utilizada por espíritos obsessores que desejam atacar mamãe através de mim). Eu sei que posso cair e me decepcionar ainda muitas vezes, pegar curvas erradas, subir ladeiras desnecessárias e ter de recomeçar em inúmeras situações pelo destino afora. O que eu não suporto é o fato de não encontrar forças e coragem suficiente que me auxiliem em tudo isso. Durante a vida todas as pessoas passam por muita escuridão até conseguir o merecimento da luz e não acho que minha historia seja pior ou melhor do que a de ninguém, nem mais fácil ou mais difícil. Por muitas vezes eu chorei desconsolada e cansada, pronunciando repetidamente que bom mesmo só quando eu morresse. De uns tempos recentes não me permito essa fragilidade porque quero me fazer forte e seu que sou forte quando Deus está comigo. Onde fica Deus quando me bate a nostalgia? Para que mundo vai meu anjo de guarda quando mais preciso dele para adquirir sabedoria a ponto de reformar meu interior e enfrentar uma obsessão? Cadê meu protetor de cabeça quando me cobrem de inveja? Onde está a força divina que me deve fazer valer perante os turbilhões da vida? Eu me desafio porque não estou aqui para pouca coisa, não quero facilidades e nem um mar de conforto e alegria, mas também desafio quem me quer na causa do bem, porque sem ajuda e sozinha eu sinto e sei que não consigo arredar o passo. Não estou buscando um manual de vida como se o ser humano fosse um produto embalado e encaixotado com nota fiscal, garantia de fabrica e manual de instruções. Sei que a vida é peleja e que viver é sofrer constantemente para se conhecer, aprender a relacionar, a ter sabedoria e amor.
Sei que nada é de um dia para outro e que tudo tem sua cota de sacrifício. Eu não me isento do trabalho material, espiritual, do relacionamento familiar, conjugal, etc., mas quero direcionamento, quero abertura de caminhos, quero força e discernimento mediante cada um dos itens que fazem parte do viver humano. Quero fazer tudo pelas razões do meu coração e não pelos motivos do mundo. Quero começar pelo que dou prioridade e não pelas preferências dos meus familiares. Eu tenho minhas opiniões, mas tenho cabeça aberta para mudá-las, sou flexível para voltar atrás nos meus conceitos e re-conceituar meu presente. Mesmo que eu tenha fechado um ciclo ligado a umbanda e dito a mim mesma que não gostaria de desenvolver mediunidade numa religião que utiliza coisas materiais para atingir benefícios espirituais, ainda sou capaz de me predispor se assim me fizer necessário. Tudo o que eu preciso é definição interior e segurança, muita segurança. Eu não nego o que amo e nem o que de mim precisa, mas explicito que preciso de amor e ajuda em primeiro lugar. Se essa ajuda vier eu deslancho e ninguém me segura, caso contrário, eu acho que nunca vou sair do mesmo buraco, pois nem consigo encontrar o ponto de partida. Mas mesmo sabendo disso eu não creio que permanecer no buraco é o meu fim, pois minha fé fala mais alto. Sinto medo pelas esperanças que pululam meu cérebro e tento me segurar para não criar ilusões e expectativas como tanto já fiz. O pior não é o dinheiro que vai embora nesses trabalhos de macumba, mas sim a tristeza de constatar que, ao menos aparentemente, nada mudou. Puxa vida, eu só quero o amor e a caridade, eu só quero ser luz ao mundo e quanto mais desejo o bem, parece que mais difícil tudo fica. Disse a Deus que o meu querer invoca a força Dele até mim e me faz vibrar mais forte que qualquer abatimento, desespero ou medo. Confesso que sinto esses três itens avançarem sobre mim como dardos envenenados prontos para me atingir e desfalecer. Sinto minha batalha tão grande que me visualizo marcada por forças astrais negativas que de tudo fazem para tentar fechar meu caminho, me desanimar, entristecer e atormentar minha mente a ponto das idéias se auto-confrontarem. Sobrevivi à morte ainda antes de nascer, passei pela obsessão de mamãe logo em seguida, estou a quase vinte e cinco anos carregando sintomas e características que não me pertencem de modo global e, afinal de contas, só sei que eu não sou o que hoje e sempre aparentei ser. No final das contas eu não sei quem eu sou.
Usei de voz imperativa para falar frente ao meu altar. Se acima de Deus ninguém passa e onde Ele está nada embaraça, invoco Deus aqui, agora, e não me julgo pequena para tal, pois sou filha igual qualquer outro filho. Sou tão filha como Jesus e tanto outros que tiveram a coragem necessária para morrer por amor ao Pai. E assim como todos os humanos, eu tenho meus embates de traumas e bloqueios, minha ignorância e rabugice, mas quero exatamente o que os Grandes Espíritos quiseram enquanto por aqui passaram: o sacrifício pelo amor, pela justiça e a força divina. Deus vai ser por mim, pois estou aqui para operar uma vontade que sei ser Dele antes de ser minha. Eu nunca precisei de ninguém me dizer isso, porque em síntese, minha vida nunca saiu desse foco religioso de intensa procura para me desenvolver espiritualmente (independente do lado mediúnico). Eu não estou aqui descompromissada e nem quero fugir dos meus deveres, ao contrário, quero força e ajuda para bem cumpri-los. Mesmo que eu ainda tenha de deixar muitos caminhos pela metade (algo que me é dificílimo), eu quero ter a certeza de que fiz o melhor enquanto neles estive, pois sei o quanto sou determinada e disciplinada comigo mesma. Eu não posso ser e fazer o que não quero, mas mediante o que quero sei que posso ir mais longe do que eu mesmo suponho, pois assim já provei ser para mim mesma e cheguei até aqui. O meu ‘aqui’ não é um lamaçal me engolindo até o pescoço, mas sim uma semente delicada que depois de muitos esforços está prestes a nascer. Entretanto, aqui é praticamente nada para mim, pois eu quero muito e muito mais nessa senda de evolução. Eu quero ser uma arvore carregada de flores e frutos. Tudo pode me acontecer por esse caminho afora chamado vida, mas independente dos acontecimentos em si, exijo minha proteção espiritual e auxilio divino, pois eu estou com Deus e se assim faço ser, não é por puro merecimento, mas por fazer valer o próprio amor de Deus por mim. Eu faço valer a energia divina em mim e sei que Papai do Céu fará valer em mim o seu próprio ser por inteiro. Eu habito N’Ele e Ele em mim. Demais palavras se tornam irrelevantes e desnecessárias mediante essa ultima certeza. De todo modo, eu finalizo dizendo que estou muito agradecida pelos últimos acontecimentos e digo mais, qualquer um milésimo de proximidade do Pai faz gigantesca diferença e estou vivenciando exatamente esse ponto de diferença.
Não importa as alianças que farei, mas sim as minhas expectativas e objetivos para fazê-las. Não importa onde eu esteja, porque eu posso ser luz em todos os lugares. Não importa minha ignorância, pois estou disposta a aprender e me modificar. Não importa meus erros, pois estou me preparando para continuar redimindo-me constantemente e reformar meu interior. Não importa a religião, mas sim o que farei e serei através dela. Onde for e o que tiver de ser, Deus assim concederá no momento exato e oportuno. Em síntese, foi essa minha franca prece de hoje. Confesso que fiquei imensamente fortalecida por me ter feito sentir forte na presença do Pai. Sinto verdadeiramente que alguma entidade superior está fazendo valer seu axé em mim. Que assim seja e que seja muito mais pela frente... Apesar de muito apreensiva, posso dizer que estou feliz. Se eu penso positivo, meu coração se enche de novas esperanças perante o que pode acontecer; se penso negativamente, meu ser murcha relembrando cada ponto infeliz do meu passado e todas as ilusões que já me decepcionaram. Já que tanto um tipo de pensamento quanto o outro estão no meu querer, executo a luta comigo mesma para permanecer pensando de forma confiante e positiva. Deus já está me dando forças para tal e assim continuará sendo.

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